quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Tão escura como aquela aquela sala solitária eram também a minha mente.
Os lençois envelhecidos pendiam sobre os móveis tímidos, sobre os quais repousava também a poeira do abandono. Incoerente,então, era aquele raio de luz vindo da janela-junto com os múrmurios sufocados do oceano ali em baixo- que iluminava a lareira trabalhada.
Ambiente aquele sórdido e confuso. Tantas coisas estavam ali, abaixo dos lençois, mas tampouco se revelavam a minha visão incapaz. Queria saber se para mim também existiria um ponto claro e amarelo alegre revelando a beleza de algo até então ocultado.
As lágrimas estavam agora ausentes, secas, indecisas, não sabiam se vinham à tona.
O telefone me tentava e as palavras sussurradas pelo vento, que entravam com a claridade. Se eu poderia continuar naquele momento monocórdio ou se eu iria reagir eu não sabia, se as cortinas se fechariam, se se abririam. Nada sei, nada sei. Atenderei o telefone e responderei aos mumúrios sonsos?

Nenhum comentário:

Postar um comentário