segunda-feira, 7 de novembro de 2011

E a minha frente havia toda a mata escura e misteriosa, nada dela sabia, nunca dantes fora penetrada assim, tão furtivamente. Fechei meus olhos e senti o ar gelado que vinha de seu interior, fresco, aquela brisa forte vinha de encontro a minha face. Sentia as pequenas gotas de orvalho que se foram durante a noite serem desfeitas pelas pegadas dos meus pés descalços. Abri meus olhos, vi que poucos eram os raios de sol que podiam vencer a expessa camada vegetal que me encobria.
Pouco sabia daquele lugar,pouco sabia.
Alguns sons saiam furtivos da mata, confundindo meus ouvidos.
A minha caminhada era quase inaldível quando comparada ao tamborilar do meu coraçao perdido.
O cenário onírico que se pintava a minha frente vinha das cores escuras, tons de verde, mais precisamente, agarrava-me de forma intensa, bordava ao meu redor teias gigantescas, assim como os cipós sinistros que pendiam sinistros durante o trajeto e me mostravam o quão pequena eu era naquela situação.
Meus pés seguiam sem parar, sem se quer razão para faze-los, apenas queria libertar-me dos fantasmas que me atormentavam a mente, inquietavam-na. Queria apenas um lugar onde sabia ser seguro gritar meus temores. A mata era perfeita, mas, mesmo assim, me perdi nela. Me perdi em seus galhos, seus arbustos, na folha seca que formava um tapete multicolorido sobe meus pés, no voo louca da borboleta bailarina, no grunir dos animais, na melodia fraca do rio longinquo, no sussurrar dos incetos, na profundidade da mata.
Fui levada a me perder no labirinto que me cercava, no labirinto que ainda me cerca e suga minha sanidade. No labirinto da floresta.

Um comentário:

  1. Um alerta: toda vez que se termina de comentar aqui, A PÁGINA DO BLOG FICA PARALISADA. Não dá pra retornar nem avançar. Deve ser por isso que mais ninguém deixou um comentário registrado aqui.


    A saída para o leitor é salvar o blog nos Favoritos e retornar sempre pela barra de rolagem.


    Curioso: essa sensação de paralisia, de prisão numa caixa, ou numa enorme casa vazia e escura, também tem tudo a ver com a proposta de seus contos. Gostei.

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