sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A mais real de minhas musas...

E seus dedos deslizavam sobre as teclas do piano, de olhos fechados suas mãos dançavam inconcientes. A melódia executada com destreza tomava o lugar com suas notas.
Algumas flores no jarro ali, do lado do piano, na mesinha de madeira bruta, ao redor as pétalas murchas que caíram.
A parede, pouco iluminada, tinha agora seus tons avermelhados e dourados do papel de parede antigo convertidos no fúnebre tom de azul da noite, exceto quando, por vez, as chamas tamborilantes e sem direção das velas resolviam compartilhar também suas cores, assim, o papel de parede voltava aos seus tons originais.
o vestido volumoso escondia até mesmo o pequeno banco, regozijava-se em várias camadas, até o chão.
Invadindo-lhe o espaço, vinham os pequenos feixes de luz da lua que adentravam pelas frestas da janela de madeira pesada e escura, luminosos laços que prendiam-lhe os cabelos ruivos, luminosas fitas que lhe acariciavam a pele alva.
Seus dedos continuavam incansáveis sobre a tecla, semblante ainda perdido, sua expressão ainda entregue aos devaneios da música. Perde-se no tom romântico de suas notas...

(Eu disse que escreveria algo pra você, não é,gata?)

Um comentário:

  1. OK. Agora é um texto mais parecido com a estética da Literatura Simboliusta do início do século 20.

    Bom. Você sabe criar ambientes e ilustrá-los. Já tem a manha para controlar a linguagem descritiva.

    É uma leitura gostosa. Parabéns.

    ResponderExcluir